Desarticulação policial revela comércio ilegal de remédios controlados, levantando alerta sobre impactos na saúde e na segurança pública
14/08/2025
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Nesta terça-feira, 15 de julho de 2025, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou uma operação que resultou no fechamento de um laboratório clandestino em funcionamento na Região Leste de Belo Horizonte. O local era especializado na produção e comercialização ilegal de medicamentos para emagrecimento contendo tirzepatida — substância de uso controlado, prevista apenas para tratamentos sob prescrição médica e com receita retida.
Três homens, com idades de 25, 34 e 58 anos, foram presos em flagrante por falsificação, adulteração ou corrupção de produtos de uso terapêutico ou medicinal. Na residência utilizada como laboratório, os agentes encontraram frascos, rótulos, caixas térmicas, seringas, ampolas e um escritório montado para a venda das canetas injetáveis, sendo que tudo era comercializado sem nota fiscal. A operação foi conduzida pela 1ª Delegacia de Combate ao Narcotráfico e permanece em andamento para identificar a origem dos insumos e a extensão da rede criminosa.
A tirzepatida é um medicamento originalmente desenvolvido para o tratamento de diabetes tipo 2 e, mais recentemente, tem sido usada também no controle de obesidade, sempre sob rigorosos critérios médicos. Seu uso indevido — especialmente quando adquirido em ambientes clandestinos — pode levar a efeitos adversos graves, incluindo hipoglicemia, problemas gastrointestinais, pancreatite e distúrbios endócrinos.
Ainda mais preocupante é a possibilidade de contaminação ou dosagem incorreta, uma vez que o controle de qualidade não é garantido em ambientes clandestinos. Usuários podem estar expostos a compostos adulterados, condições inadequadas de armazenamento e ausência total de orientação médica.
A facilidade de acesso e a promessa de emagrecimento rápido têm fomentado uma crescente cultura da automedicação com substâncias potentes como a tirzepatida. Essa prática, além de perigosa, favorece a consolidação de redes criminosas que lucram às custas da saúde pública.
Para combater esse tipo de crime, é vital reforçar a atuação conjunta entre órgãos sanitários, segurança pública e sistemas de vigilância farmacêutica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem importante papel na fiscalização e na educação sobre o uso racional de medicamentos de prescrição controlada.
A operação que fechou o laboratório clandestino em Belo Horizonte expõe um problema cada vez mais alarmante: a busca por soluções rápidas para emagrecimento sem a devida segurança. O caminho mais seguro e sustentável continua sendo aquele construído com orientação profissional, respeito ao tempo do corpo e atenção à saúde como um todo — não apenas à balança.
Foto: reprodução/PCMG