terça-feira, 3 de junho de 2025

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Obesidade avança no Brasil e especialistas pedem políticas públicas de combate ao sedentarismo

Em debate no Senado, profissionais de saúde alertam para a epidemia de obesidade e destacam a urgência de incentivar hábitos saudáveis entre os brasileiros

31/05/2025

O Brasil enfrenta uma preocupante epidemia de obesidade. Em audiência realizada no Senado em 28 de maio de 2025, especialistas da área da saúde reforçaram a necessidade urgente de políticas públicas que combatam o sedentarismo e promovam uma alimentação equilibrada. A crescente taxa de obesidade entre crianças, adolescentes e adultos é reflexo direto do aumento da inatividade física e do consumo de alimentos ultraprocessados.

De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais da metade da população brasileira já está acima do peso, com índices alarmantes de obesidade infantil. Durante o debate promovido pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, os especialistas ressaltaram que a obesidade não é apenas uma questão estética, mas um problema de saúde pública com impactos diretos no aumento de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até mesmo certos tipos de câncer.

Sedentarismo: um inimigo silencioso

Entre os fatores apontados como responsáveis por essa epidemia, o sedentarismo ganhou destaque. A rotina cada vez mais conectada e o tempo prolongado diante de telas — seja para o trabalho, lazer ou estudo — estão associados à redução significativa da prática de atividades físicas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), mais de 40% dos brasileiros não realizam o mínimo recomendado de 150 minutos semanais de exercícios moderados.

Alimentação desequilibrada também preocupa

Outro ponto discutido foi o papel da indústria alimentícia e o acesso facilitado a alimentos ultraprocessados, ricos em sódio, açúcares e gorduras ruins. A ausência de políticas de regulação mais rigorosas — como rotulagem clara, restrições de marketing infantil e taxação de bebidas açucaradas — também foi considerada um obstáculo à promoção de escolhas alimentares mais saudáveis.

O papel das políticas públicas

Os especialistas presentes no Senado defenderam a ampliação de políticas públicas que incentivem ambientes urbanos mais ativos (com ciclovias, parques e espaços para esportes), a implementação de programas de educação alimentar nas escolas e a valorização da atividade física no sistema de saúde pública, inclusive com incentivo a práticas integrativas e comunitárias.

Além disso, foi sugerida a criação de campanhas de conscientização de longo prazo e a valorização de iniciativas locais que já têm mostrado resultados positivos, como hortas comunitárias, programas de caminhada assistida e a inclusão de nutricionistas e educadores físicos nas unidades básicas de saúde.

A urgência da prevenção

A obesidade é uma doença crônica e multifatorial que exige ações coordenadas entre governo, sociedade civil, escolas, empresas e profissionais de saúde. A prevenção deve começar cedo, ainda na infância, com estímulo a hábitos saudáveis no ambiente familiar e escolar. Promover uma cultura de bem-estar, com alimentação consciente e movimento corporal regular, é essencial para reverter esse cenário alarmante.