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Musculação: uma aliada na saúde cerebral de idosos

Estudo da Unicamp sugere que musculação protege o cérebro de idosos contra demência

11/03/2025

A prática regular de musculação tem se mostrado uma estratégia eficaz na promoção da saúde física e mental de idosos. Pesquisas recentes destacam que, além de fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade, o treinamento de força pode desempenhar um papel significativo na proteção do cérebro contra demências.​

Evidências científicas

Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) envolveu 44 participantes com comprometimento cognitivo leve, condição que representa um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer.

Os voluntários foram divididos em dois grupos: um realizou sessões de musculação duas vezes por semana durante seis meses, enquanto o outro não praticou exercícios específicos. Os resultados foram promissores: o grupo que se exercitou apresentou melhorias na memória e alterações positivas na anatomia cerebral, incluindo proteção contra a atrofia em áreas associadas à doença de Alzheimer. ​

Mecanismos de proteção

Os benefícios cognitivos da musculação podem ser atribuídos a diversos mecanismos:​

Neurogênese e plasticidade sináptica: O exercício físico estimula a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), que promovem a formação de novos neurônios e a plasticidade das sinapses, essenciais para a aprendizagem e memória. ​

Redução de processos inflamatórios: A prática regular de exercícios físicos pode diminuir a inflamação sistêmica, um fator de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. ​

Melhoria na perfusão cerebral: A musculação pode aumentar o fluxo sanguíneo cerebral, garantindo melhor oxigenação e nutrição dos neurônios, o que é vital para a saúde cognitiva.

Recomendações práticas

Para que os idosos possam usufruir desses benefícios, é essencial seguir algumas orientações:

Avaliação médica prévia: Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma avaliação completa.​

Supervisão profissional: A orientação de educadores físicos ou fisioterapeutas qualificados garante a execução correta dos exercícios e a adaptação das atividades às necessidades individuais.​

Progressão gradual: Iniciar com cargas leves e aumentar a intensidade de forma progressiva é crucial para evitar lesões e promover adaptações adequadas.​

Combinação de exercícios: Integrar exercícios de equilíbrio e flexibilidade ao treinamento de força potencializa os benefícios e contribui para a funcionalidade geral.​

Impacto na prevenção de doenças neurodegenerativas

A incorporação da musculação na rotina de idosos não apenas melhora a função cognitiva, mas também atua como uma estratégia preventiva contra doenças como o Alzheimer. Ao promover a saúde vascular, reduzir a inflamação e estimular a neurogênese, o treinamento de força contribui para a manutenção da integridade cerebral. ​

A musculação emerge como uma intervenção não farmacológica promissora para a promoção da saúde cerebral em idosos. Além dos benefícios físicos já conhecidos, seu impacto positivo na cognição e na prevenção de doenças neurodegenerativas reforça a importância de sua inclusão em programas de saúde pública voltados para a terceira idade.

Fontes:
Agência FAPESP
SciELO
CNN Brasil
Estadão