Uma das abordagens para controlar a disseminação de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é a criação e liberação de machos estéreis, que não picam nem transmitem doenças. O uso da Asaia no desenvolvimento rápido de mosquitos em ambientes controlados pode trazer ganhos significativos para essas iniciativas.
7/11/2024
Com a aproximação do verão as preocupações com a dengue aumentam, sem que ainda exista uma vacina ou remédio eficaz para erradicar a doença. Contudo, uma nova pesquisa aponta que a bactéria Asaia pode ter um papel estratégico no controle do Aedes aegypti, o mosquito responsável pela transmissão da dengue. O estudo foi realizado por equipes das universidades de Exeter (Reino Unido) e Wageningen (Holanda), e focou em como o microrganismo impacta o desenvolvimento das larvas do mosquito. A descoberta foi publicada na última segunda-feira (4), na Journal of Applied Microbiology.
Os pesquisadores destacam que essa descoberta pode aprimorar as técnicas de controle do mosquito. Ao entrar em contato com as larvas de Aedes aegypti, a bactéria Asaia reduziu em um dia o tempo necessário para o desenvolvimento das larvas, que habitualmente levam cerca de 10 dias para alcançar a fase adulta.
Atualmente, uma das abordagens para controlar a disseminação de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é a criação e liberação de machos estéreis, que não picam nem transmitem doenças. Esses métodos de liberação controlada oferecem uma alternativa promissora ao uso intensivo de inseticidas, aos quais o mosquito vem apresentando resistência. O uso da Asaia no desenvolvimento rápido de mosquitos em ambientes controlados pode trazer ganhos significativos para essas iniciativas.
“Todos os organismos, incluindo os humanos, dependem de uma comunidade de microrganismos em seus corpos, o microbioma”, explicou Ben Raymond, professor do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter. “Nas larvas do Aedes aegypti, descobrimos que algumas espécies de Asaia podem ser particularmente benéficas ao microbioma, ajudando no seu desenvolvimento”.
No experimento, os pesquisadores introduziram a Asaia na água onde as larvas de Aedes aegypti estavam se desenvolvendo. Embora ainda não esteja claro como a bactéria age, há indícios de que ela possa fornecer nutrientes diretos, acelerando o crescimento das larvas e possibilitando sua criação em larga escala para programas de controle.
Fonte: CNN / Journal of Applied Microbiology