A ideia de que nadar após comer pode causar cãibras severas e levar ao afogamento surgiu há décadas e foi reforçada por manuais de escotismo no início do século XX.
10/03/2025
A crença de que nadar logo após as refeições pode ser perigoso é bastante difundida. Muitos já ouviram a recomendação para esperar pelo menos 30 minutos ou até duas horas depois de comer antes de entrar na água. Mas será que essa precaução tem base científica?
A ideia de que nadar após comer pode causar cãibras severas e levar ao afogamento surgiu há décadas e foi reforçada por manuais de escotismo no início do século XX. O argumento era que a digestão desviaria o fluxo sanguíneo para o estômago, reduzindo a circulação nos músculos e aumentando o risco de cãibras. Esse conceito foi passado de geração em geração, tornando-se um conselho comum.
Estudos científicos não encontraram evidências que sustentem a necessidade de esperar antes de nadar após as refeições. Em 2011, o Conselho Consultivo Científico da Cruz Vermelha Americana analisou a questão e concluiu que não há casos documentados de afogamento causados diretamente por essa prática.
O Dr. Matthew Badgett, da Cleveland Clinic, explica que o corpo humano é capaz de manter a digestão e a atividade muscular ao mesmo tempo, sem comprometer o funcionamento de nenhum dos dois sistemas. Ele esclarece que, mesmo após uma refeição, ainda há fluxo sanguíneo suficiente para garantir o funcionamento dos músculos e evitar cãibras significativas.
Além disso, não há relatos médicos que comprovem que nadar após comer causa um risco significativo de afogamento. Se essa relação fosse real, hospitais e serviços de emergência registrariam um número expressivo de casos, o que não acontece.
Embora não haja uma contraindicação absoluta para nadar após comer, algumas recomendações podem ajudar a tornar a experiência mais confortável:
A ideia de que nadar após comer é perigoso é mais um mito do que um risco real. Desde que a pessoa se sinta bem, não há necessidade de esperar um tempo específico antes de entrar na piscina ou no mar. Assim como em qualquer outra atividade física, o mais importante é respeitar os sinais do corpo e evitar exageros.
Fontes: Estadão, Gizmodo Brasil, GE Globo e 4Fit