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A arte de recomeçar: o que fazer quando um erro abala sua confiança

Como usar a reformulação cognitiva para transformar a frustração do fracasso em um roteiro para o seu desenvolvimento.

13/12/2025

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Este artigo oferece uma abordagem prática para lidar com o sentimento de fracasso. Em vez de sucumbir à autocrítica, o texto propõe o uso da reformulação cognitiva, uma técnica psicológica para mudar a perspectiva sobre os erros. Apresenta um guia de três passos para identificar, questionar e reescrever narrativas internas negativas. O conceito é conectado à “mentalidade de crescimento” de Carol S. Dweck, que vê habilidades como algo a ser desenvolvido. O objetivo é transformar a frustração de cada erro em um roteiro para o desenvolvimento, promovendo uma vida com mais leveza e resiliência.

Acontece com todos. Um plano que não sai como o esperado, uma palavra dita no momento errado, uma meta que, apesar de todo o esforço, parece mais distante. O momento que se segue a um erro é quase sempre desconfortável, preenchido por uma voz interna que insiste em questionar nossa capacidade. A frustração e a autocrítica podem parecer as únicas reações possíveis, mas existe uma alternativa mais gentil e construtiva.

Diante de uma falha, nos deparamos com uma bifurcação. De um lado, está o caminho da ruminação, onde remoemos o ocorrido e nos convencemos de nossas limitações. Do outro, há um caminho menos percorrido: o da curiosidade. É a trilha que nos convida a pausar e, em vez de nos julgarmos, perguntar: “O que exatamente aconteceu aqui? O que posso extrair desta experiência?”.

Escolher o segundo caminho é um ato de coragem e autocompaixão. E a boa notícia é que existe uma ferramenta prática para nos ajudar a fazer essa escolha de forma consciente. Trata-se da reformulação cognitiva, ou reframing, uma técnica validada pela psicologia que nos ensina a mudar a perspectiva sobre um evento, alterando a forma como nos sentimos em relação a ele.

Um guia prático para reformular sua narrativa interna

A reformulação cognitiva não é sobre ignorar a realidade ou fingir que o erro não aconteceu. Pelo contrário, é sobre olhar para ele com honestidade, mas a partir de um ângulo que promova o crescimento, não a estagnação. O processo pode ser dividido em três etapas:

1. Acolha a emoção, mas questione a história: a primeira reação a um erro costuma ser emocional — frustração, vergonha, raiva. Permita-se sentir, mas separe o sentimento do pensamento. A emoção é real, mas a história que você conta a si mesmo sobre ela (“Eu sou um fracasso”, “Nada que eu faço dá certo”) é apenas uma interpretação. Reconheça essa história como um pensamento, não como um fato.

2. Investigue com curiosidade, não com julgamento: em vez de procurar culpados, procure entender. Faça perguntas abertas a si mesmo. “Quais fatores estavam sob meu controle e quais não estavam?”, “Se um amigo estivesse nesta situação, o que eu diria a ele?”, “Existe outra maneira de interpretar este resultado?”. O objetivo é desmontar a narrativa catastrófica inicial e encontrar evidências que a contradigam.

3. Reescreva o roteiro com foco na ação: com uma visão mais ampla, é hora de criar uma nova narrativa, uma que seja útil e orientada para o futuro. Troque “Eu errei e estraguei tudo” por “Esta abordagem não funcionou. Da próxima vez, tentarei a estratégia Y, focando no aprendizado que obtive sobre X”. A nova história deve reconhecer a falha, extrair uma lição e definir um próximo passo claro.

A base que sustenta a mudança: a mentalidade de crescimento

A capacidade de aplicar a reformulação cognitiva de maneira eficaz é fortalecida por uma crença fundamental. A base para essa poderosa mudança de perspectiva foi consolidada pela psicóloga Carol S. Dweck, de Stanford, em sua pesquisa sobre o que ela denominou “mentalidade de crescimento”.

Essa mentalidade parte da crença de que nossas capacidades não são traços fixos, mas qualidades maleáveis que podem ser expandidas através da prática, do esforço e da busca por novos aprendizados. Ao adotar essa visão, o erro deixa de ser uma prova de deficiência permanente e se transforma em parte integrante do processo de se tornar melhor. Ele se torna informação, não um veredito.

Da teoria para uma vida com mais leveza

Praticar a reformulação cognitiva, apoiada por uma mentalidade de crescimento, alivia o pesado fardo da perfeição. A pressão para acertar sempre é substituída pela permissão para experimentar, explorar e, inevitavelmente, errar. Cada tropeço se converte em um degrau, e a jornada se torna mais importante que o destino final.

Viver com leveza não significa ausência de desafios, mas sim a confiança de que você possui as ferramentas internas para navegar por eles. É a tranquilidade de saber que, mesmo quando as coisas não saem como planejado, você tem a capacidade de recomeçar, mais sábio e mais forte do que antes.

Seu próximo pequeno passo

Comece hoje. Pense em um pequeno erro recente, algo que ainda cause um leve incômodo. Pegue um papel e escreva a história que você contou a si mesmo sobre ele. Em seguida, seguindo os passos da reformulação, escreva uma nova versão dessa história, uma que seja mais gentil e focada no que você pode fazer a seguir. Este pequeno ato é o início de uma grande transformação na sua relação consigo mesmo.

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• Dweck, C. S. (2006). Mindset: The new psychology of success. Random House. • PositivePsychology.com. (2025). Cognitive Restructuring: The Power of Reframing Thoughts. • Verywell Mind. (2025). Cognitive Reframing: Definition, Techniques, Efficacy.