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A chama acesa: como manter a motivação para se exercitar de forma duradoura

Descubra estratégias baseadas na ciência para transformar o movimento em um hábito prazeroso e sustentável, fortalecendo a conexão entre corpo e mente.

17/12/2025

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Manter a motivação para se exercitar é um desafio comum, mas a ciência oferece soluções. Em vez de depender de pressões externas, o segredo é cultivar a motivação intrínseca: o prazer no próprio movimento. Este artigo explora a Teoria da Autodeterminação, mostrando como o foco na diversão, em metas realistas e no apoio social pode transformar o exercício em um hábito duradouro. Aprenda a alinhar a atividade física à sua personalidade e a construir a "automaticidade" para que o movimento se torne uma fonte de energia e bem-estar, não uma obrigação.

Começar uma nova rotina de exercícios pode ser empolgante. A decisão de cuidar do corpo e da mente traz uma onda inicial de energia e determinação. No entanto, dados mostram que a realidade pode ser desafiadora: estima-se que metade das pessoas que iniciam um programa de atividades físicas desiste nos primeiros seis meses . A principal razão para essa estatística não é a falta de tempo ou de recursos, mas algo mais sutil e poderoso: a diminuição da motivação.

Manter o compromisso com o movimento em meio a uma rotina exigente é uma jornada. A boa notícia é que a ciência da psicologia e do comportamento oferece caminhos sólidos para transformar o exercício de uma obrigação em uma parte integrante e prazerosa da sua vida. O segredo não está em encontrar uma força de vontade sobre-humana, mas em cultivar o tipo certo de motivação.

A ciência por trás da motivação: intrínseca vs. extrínseca

Para entender como sustentar o hábito, é fundamental conhecer a Teoria da Autodeterminação (SDT), um dos pilares da pesquisa sobre motivação humana. Segundo uma ampla revisão de estudos publicada no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, a motivação não é única. Ela existe em um espectro que vai do totalmente autônomo ao controlado .

• Motivação extrínseca controlada: acontece quando você se exercita por pressões externas ou internas, como a busca por um elogio, a culpa por não ter ido à academia ou o desejo de atingir um padrão estético. Embora possa impulsionar o início, essa motivação é frágil e raramente sustenta o hábito a longo prazo.

• Motivação autônoma: divide-se em duas categorias poderosas:

1. Regulação identificada: você se exercita porque reconhece e valoriza pessoalmente os benefícios, como ter mais energia ou cuidar da saúde do coração. Essa forma é excelente para dar os primeiros passos consistentes.

2. Motivação intrínseca: é o padrão ouro da adesão ao exercício. Ocorre quando a atividade é recompensadora por si só. Você se move pelo prazer, pela diversão e pela sensação de realização que o movimento proporciona.

A pesquisa é clara: enquanto a motivação identificada ajuda a começar, é a motivação intrínseca que prevê a manutenção do hábito a longo prazo. O objetivo, portanto, é migrar de um estado de “ter que” para um estado de “querer” se exercitar.

Estratégias para cultivar uma motivação que perdura

Transformar sua relação com a atividade física é um processo que envolve autoconhecimento e estratégia. Em vez de focar apenas nos resultados, a proposta é celebrar o movimento como uma forma de autocuidado. Abaixo, apresentamos algumas táticas baseadas em evidências para nutrir sua motivação intrínseca.

Encontre o prazer no processo

Um estudo de 2024 na revista Frontiers in Psychology analisou cinco tipos de motivação e descobriu que a busca por diversão foi o fator com o impacto mais positivo na saúde mental dos praticantes. Se a sua atividade atual parece uma tortura, você tem permissão para mudar. Experimente dança, caminhada na natureza, ioga, natação ou um esporte coletivo. Quando o exercício se alinha à sua personalidade e aos seus interesses, a chance de você continuar é muito maior.

Defina metas focadas na jornada

Expectativas irrealistas são um veneno para a motivação. Como aconselha Vijay Daryanani, personal trainer ligado à Universidade Harvard, é preciso “reconhecer o valor de dedicar qualquer tempo e esforço ao exercício”. Em vez de focar apenas na balança, estabeleça metas de processo. Pode ser completar uma aula sem desistir, aumentar a carga em um exercício de força ou simplesmente cumprir o que você se propôs a fazer na semana. Celebrar essas pequenas vitórias constrói uma percepção de competência, uma das necessidades psicológicas básicas para a motivação.

Crie um sistema de apoio

O ser humano é um ser social. Ter um parceiro de treino aumenta a responsabilidade e oferece um suporte emocional valioso. Uma pesquisa de 2024 do JAMA Network Open revelou que adultos que conversavam com colegas sobre suas rotinas de exercício conseguiam manter a atividade de forma mais eficaz. Se não encontrar um parceiro, aulas em grupo podem oferecer a mesma sensação de estrutura e camaradagem.

Transforme o movimento em um hábito automático

Pesquisas recentes apontam a “automaticidade” como um dos segredos para a adesão vitalícia ao exercício. Isso significa praticar a atividade de forma tão consistente que ela se torna um hábito, exigindo menos deliberação e força de vontade. Para isso, estabeleça um gatilho claro: pode ser treinar sempre no mesmo horário, deixar a roupa de ginástica pronta na noite anterior ou ir para a academia logo após o trabalho. A repetição cria caminhos neurais que tornam o comportamento quase automático.

Um novo olhar sobre o corpo em movimento

Abandonar a mentalidade de “tudo ou nada” é libertador. Cada passo, cada alongamento e cada minuto de movimento é uma celebração da sua capacidade corporal e um investimento no seu bem-estar. Ao focar no prazer, na competência e na conexão, você deixa de lutar contra a falta de motivação e passa a ser impulsionado por ela.

A jornada para uma vida ativa não precisa ser uma batalha. Com a abordagem correta, ela se torna uma fonte constante de energia, confiança e, acima de tudo, leveza.

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[1] Solan, M. (2025, 1 de outubro). What can you do to maintain exercise motivation? Harvard Health Publishing. [2] Teixeira, P. J., et al. (2012). Exercise, physical activity, and self-determination theory: A systematic review. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 9(78). [3] Li, J., et al. (2024). Exercise motivation, physical exercise, and mental health among college students. Frontiers in Psychology, 15. [4] Les Mills. (2025, 10 de dezembro). Study reveals the secret to staying fit for life. Les Mills.