Descubra como a mudança de perspectiva, ancorada na gratidão e na ciência, pode desbloquear um fluxo de bem-estar e prosperidade em sua jornada de conexão e reflexão.
21/09/2025
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Em nossa busca por uma vida com mais significado, frequentemente nos deparamos com uma dualidade fundamental que molda nossa realidade: a percepção de abundância e a de escassez. Como um par de lentes invisíveis, nossa mentalidade colore a maneira como interpretamos o mundo, influenciando nossas emoções, decisões e, em última análise, nosso bem-estar. Neste domingo, convidamos você a uma pausa para refletir sobre como essa dança interna entre o que nos falta e o que já possuímos pode ser o segredo para uma conexão mais profunda consigo mesmo e com o universo.
Cientistas comportamentais como Sendhil Mullainathan, da Universidade de Chicago, e Eldar Shafir, de Princeton, em seu livro “Escassez: uma nova forma de pensar a falta de recursos”, exploram como a mente funciona quando se sente privada. A mentalidade de escassez, segundo eles, não é apenas sobre a falta de dinheiro ou tempo, mas um estado de espírito que nos coloca em um túnel de foco restrito. Preocupados com o que não temos, nossa capacidade cognitiva fica sobrecarregada, tornando-nos mais propensos a decisões impulsivas e menos capazes de planejar o futuro. É um ciclo que gera ansiedade e nos mantém presos a uma sensação de insuficiência constante.
Essa perspectiva nos leva a ver o mundo como um jogo de soma zero, onde o sucesso de um significa a perda de outro. A competição se acirra, a confiança diminui e a culpa pode surgir quando alcançamos algo, como se nossa conquista tivesse sido retirada de outra pessoa. Esse peso, muitas vezes inconsciente, pode nos levar a processos de autossabotagem, minando nossa capacidade de prosperar e de desfrutar das nossas vitórias.
Por outro lado, a mentalidade de abundância nos abre para um universo de possibilidades. Ela parte do princípio de que há o suficiente para todos e que a vida é um fluxo contínuo de oportunidades. Essa visão não ignora os desafios, mas os encara como parte de um processo maior de crescimento. Ao adotar essa perspectiva, a pressão diminui, a criatividade floresce e a colaboração substitui a competição. Começamos a perceber que o sucesso dos outros não diminui o nosso, mas, ao contrário, pode nos inspirar e nos impulsionar.
Mas como podemos, na prática, cultivar essa mentalidade de abundância em um mundo que tantas vezes nos bombardeia com mensagens de falta e competição? A resposta pode estar em uma prática ancestral e espiritualmente poderosa: a gratidão.
A gratidão funciona como uma ponte entre a escassez e a abundância. Ela nos convida a desviar o foco do que nos falta para apreciar o que já temos. Não se trata de negar as dificuldades, mas de reconhecer as bênçãos que coexistem com elas. A neurociência tem mostrado que a prática regular da gratidão ativa no cérebro circuitos neurais associados à felicidade e ao bem-estar, liberando dopamina e criando um estado de contentamento. É um treinamento para a mente, que aprende a identificar o positivo e a valorizá-lo.
Comece com um diário de gratidão, anotando três coisas pelas quais você é grato a cada dia. Podem ser coisas simples: o calor do sol, uma conversa amigável, a saúde. Essa prática simples, mas consistente, reprograma nosso cérebro para buscar o que é bom. Expresse sua gratidão diretamente às pessoas. Um “obrigado” sincero pode fortalecer laços e criar uma onda de energia positiva. Mesmo nos momentos difíceis, podemos ser gratos pelas lições aprendidas e pela força que desenvolvemos.
Ao cultivarmos a gratidão, não estamos apenas nos sentindo melhor; estamos reconfigurando nossa percepção da realidade. Começamos a entender que a abundância não é algo a ser conquistado, mas um estado de consciência a ser acessado. É a riqueza de estar presente, de se conectar com os outros de forma autêntica e de reconhecer a beleza nas pequenas coisas. Nessa jornada de conexão e reflexão, a gratidão se revela como a chave que abre as portas para uma vida verdadeiramente abundante e plena.