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O Impacto da Pobreza e da Desigualdade na Saúde Mental

Relatório da ONU conclui que risco desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, é 3 vezes maior para pessoas pobres. Também destaca que a precariedade no emprego, baixos salários e a falta de segurança no trabalho são fatores significativos que contribuem para o aumento de problemas de saúde mental.

13/11/2024

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Pessoas em situação de pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Isso é o que conclui um relatório “Economia do Burnout: Pobreza e Saúde Mental“, das Nações Unidas, apontando que cerca de 11% da população mundial enfrenta algum transtorno mental.

Olivier De Schutter, autor do estudo e relator da ONU, atribui esse cenário à busca obsessiva pela riqueza e crescimento econômico, que empurram muitas pessoas a jornadas extenuantes e condições de trabalho precárias. Segundo ele, quanto maior a desigualdade existente em um meio social, maior também o receio da classe média de cair na pobreza, o que aumenta os casos de estresse, depressão e ansiedade.

Um dos principais fatores de risco destacado por De Schutter é a jornada de trabalho contínua, onde muitos trabalhadores ficam disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse modelo, comum entre trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais, resulta em horários instáveis, dificultando o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, gerando um ambiente propício ao desenvolvimento de transtornos mentais.

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O relatório também destaca que a precariedade no emprego, baixos salários e a falta de segurança no trabalho são fatores significativos que contribuem para o aumento de problemas de saúde mental. Trabalhadores que enfrentam incertezas constantes sobre seus empregos ou têm pouca autonomia sobre suas tarefas estão mais propensos a desenvolver transtornos como ansiedade e depressão. Além disso, o estigma em torno dos problemas de saúde mental muitas vezes impede que esses trabalhadores busquem ajuda, agravando ainda mais sua situação.

A chamada “ansiedade climática” também é um problema crescente. Eventos climáticos extremos, como secas e inundações, destroem fontes de renda e geram insegurança financeira, contribuindo significativamente para o aumento dos quadros de ansiedade. De acordo com o relatório, a mudança climática tem um impacto desproporcional sobre comunidades vulneráveis, agravando os problemas de saúde mental nessas populações.

“O estigma em torno dos problemas de saúde mental muitas vezes impede que esses trabalhadores busquem ajuda, agravando ainda mais sua situação”

O relatório sugere que governos adotem medidas para reduzir desigualdades e inseguranças, como a implementação de um programa de renda mínima universal, apoio à economia colaborativa e inclusiva e alterações nas normas trabalhistas. Além disso, organizações não governamentais, sindicatos e acadêmicos estão colaborando para apresentar alternativas ao crescimento econômico que sejam alinhadas à erradicação da pobreza, previstas para serem divulgadas em 2025.

O documento também propõe políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de trabalho, como a regulamentação de jornadas mais flexíveis e a garantia de segurança social para trabalhadores informais e de plataformas digitais. Essas ações são vistas como fundamentais para promover uma sociedade mais justa, que priorize o bem-estar da população em vez do crescimento econômico a qualquer custo.

Fonte: ONU News