Descubra práticas de gratidão baseadas na neurociência que podem reconfigurar seu cérebro, reduzir o estresse e aumentar o bem-estar de forma duradoura.
25/09/2025
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Quando pensamos em gratidão, a imagem que frequentemente vem à mente é a de um diário onde listamos três coisas pelas quais somos gratos antes de dormir. Embora seja uma prática valiosa, a verdadeira força transformadora da gratidão reside em um mergulho mais profundo, em técnicas que vão além do óbvio e que são capazes de remodelar nossa percepção da vida e, literalmente, a estrutura do nosso cérebro.
Para a seção Mente Leve, explorar essas práticas avançadas não é apenas um exercício de bem-estar, mas um investimento direto na nossa saúde mental e equilíbrio emocional. Trata-se de transcender o ato de agradecer para vivenciar a gratidão em sua plenitude, transformando-a de um hábito pontual em um estado de ser.
A gratidão, quando praticada de forma consistente, deixa de ser apenas um sentimento positivo e se torna uma poderosa ferramenta de neuroplasticidade. Pesquisas no campo da neurociência têm demonstrado seus efeitos concretos no cérebro. Conforme destacado em um artigo da Forbes pelo psicólogo Mark Travers, a gratidão ativa o sistema de recompensa cerebral, estimulando a liberação de dopamina, o neurotransmissor associado ao prazer e à motivação [1].
Essa ativação ocorre em áreas como o núcleo accumbens e a área tegmental ventral, criando um ciclo de feedback positivo: quanto mais praticamos a gratidão, mais nosso cérebro busca por experiências que gerem esse sentimento. Um estudo do Centro de Pesquisa de Consciência Plena da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) revelou que, após três meses de prática, os indivíduos apresentavam maior ativação no córtex pré-frontal medial, uma área ligada à tomada de decisões e ao processamento de emoções sociais [1]. Isso sugere que a gratidão pode induzir mudanças duradouras na função e estrutura cerebral, fortalecendo nossa resiliência emocional.
Além disso, a prática regular da gratidão demonstrou reduzir significativamente os níveis de estresse e ansiedade. Isso ocorre, em parte, pela modulação da amígdala, o centro de processamento do medo no cérebro, e pela ativação do sistema nervoso parassimpático, que induz um estado de relaxamento e calma, combatendo a resposta de “luta ou fuga” [1].
Ir além do diário de gratidão não significa abandoná-lo, mas sim enriquecê-lo com abordagens mais sensoriais e ativas. A autora e mentora Jessica Johnson sugere práticas não convencionais que levam menos de um minuto, mas que possuem um impacto profundo [2].
Integrar essas práticas no dia a dia requer intenção, mas não necessariamente mais tempo. Comece escolhendo uma das técnicas para praticar diariamente por uma semana. Você pode “congelar um momento” durante sua pausa para o café, sentir gratidão intensamente por seu travesseiro antes de dormir ou transformar sua gratidão em ação enviando uma mensagem de agradecimento por dia.
O objetivo é deslocar a gratidão de uma tarefa em uma lista de afazeres para uma lente através da qual você enxerga o mundo. Ao fazer isso, você não está apenas contando suas bênçãos, mas ativamente reconfigurando seu cérebro para a felicidade, a resiliência e um profundo senso de contentamento. Essa é a promessa da gratidão que vai além do óbvio: uma mente verdadeiramente mais leve e equilibrada.