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Desvendando seus exames nutricionais: um guia para entender sua saúde

Saiba como a leitura correta de seus exames pode ser uma poderosa ferramenta de autoconhecimento e cuidado, permitindo ajustes precisos em sua alimentação e estilo de vida para uma jornada de maior bem-estar.

13/10/2025

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Este artigo desmistifica a leitura de exames nutricionais, mostrando-os como ferramentas cruciais para o autoconhecimento e a promoção da saúde. Abordamos a importância da avaliação bioquímica, a legalidade da solicitação por nutricionistas e os principais exames para avaliar o estado nutricional, a saúde cardiovascular e o metabolismo. Explicamos a diferença entre valores de referência e valores ideais, reforçando que a interpretação deve ser individualizada e proativa. Entender seus exames é um passo poderoso para personalizar sua dieta, prevenir doenças e participar ativamente do seu cuidado, transformando informações em bem-estar e qualidade de vida.

Compreender o que os números e termos técnicos em uma folha de resultados de exames significam pode parecer uma tarefa complexa, mas é um passo fundamental para quem busca uma relação mais consciente e proativa com a própria saúde. Os exames nutricionais funcionam como um mapa detalhado do nosso estado interno, revelando informações preciosas sobre carências ou excessos de nutrientes que impactam diretamente nosso bem-estar, nossa energia e, consequentemente, nossa qualidade de vida. Longe de serem apenas ferramentas de diagnóstico para doenças, eles são aliados valiosos na construção de uma rotina alimentar verdadeiramente personalizada e eficaz, colocando o indivíduo no centro do seu próprio cuidado.

A avaliação bioquímica, nome técnico para a análise de substâncias no sangue, urina ou outros materiais biológicos, é uma prática essencial na nutrição clínica. No Brasil, a solicitação de exames laboratoriais por nutricionistas é uma atividade regulamentada e respaldada por lei, como a Lei Federal nº 8.234/91, que reconhece a competência deste profissional para utilizar essa ferramenta no acompanhamento dietoterápico. Isso significa que, durante uma consulta, o nutricionista pode e deve solicitar exames para investigar, monitorar e individualizar suas orientações, garantindo uma conduta muito mais precisa e segura, transformando a alimentação em um ato de nutrição direcionada.

Os principais indicadores da sua saúde no papel

Existe uma vasta gama de exames que podem ser solicitados para traçar um panorama do estado nutricional. Cada um deles oferece uma peça do quebra-cabeça, ajudando o profissional a entender o funcionamento do seu metabolismo, a saúde de órgãos vitais e a presença de possíveis desequilíbrios. É importante ressaltar que o diagnóstico de doenças é uma atribuição médica, enquanto a solicitação pelo nutricionista visa a monitorização dietoterápica e o diagnóstico nutricional.

Abaixo, detalhamos alguns dos principais grupos de exames e o que eles avaliam:

Categoria do ExameO que AvaliaExemplos de Marcadores e o que Indicam
Avaliação Nutricional GeralFornece uma visão sobre o estado geral de saúde, anemias, infecções e processos inflamatórios.Hemograma completo: analisa as células do sangue (hemácias, leucócitos, plaquetas), podendo indicar anemias (por deficiência de ferro ou vitamina B12) ou infecções. Proteínas totais e frações: medem a quantidade de proteínas como a albumina, que pode indicar desnutrição proteica se estiver baixa.
Saúde CardiovascularMede os níveis de gorduras no sangue, essenciais para avaliar o risco de doenças do coração.Colesterol Total, LDL, HDL, VLDL e Triglicerídeos: níveis elevados de LDL (“colesterol ruim”) e triglicerídeos, associados a baixos níveis de HDL (“colesterol bom”), são fatores de risco importantes para o desenvolvimento de placas de gordura nas artérias.
Metabolismo da GlicoseInvestiga como o corpo processa o açúcar, sendo crucial para o diagnóstico e monitoramento de resistência à insulina, pré-diabetes e diabetes.Glicemia de jejum, Hemoglobina Glicada (HbA1c) e Insulina: a hemoglobina glicada, por exemplo, mostra a média da sua glicose nos últimos três meses, sendo um indicador mais estável do que a glicemia de jejum.
Função da TireoideAnalisa os hormônios tireoidianos, que regulam grande parte do metabolismo do corpo, influenciando peso, energia e humor.TSH (Hormônio Estimulador da Tireoide), T4 Livre e T3: um TSH elevado pode sugerir que a tireoide não está produzindo hormônios suficientes (hipotireoidismo).
Vitaminas e MineraisDosa os níveis de micronutrientes essenciais para diversas funções, desde a imunidade até a saúde óssea e neurológica.Vitamina D, Vitamina B12, Ferro, Ferritina, Zinco e Magnésio: a deficiência de Vitamina B12, por exemplo, pode causar fadiga extrema e sintomas neurológicos, enquanto a ferritina baixa indica esgotamento das reservas de ferro do corpo.
Função Hepática e RenalAvalia a saúde do fígado e dos rins, órgãos vitais para a desintoxicação e equilíbrio de fluidos e minerais no corpo.TGO/AST, TGP/ALT (fígado); Ureia e Creatinina (rins): enzimas hepáticas elevadas podem sinalizar inflamação ou lesão no fígado, muitas vezes ligada ao excesso de gordura.

Decifrando os resultados: além dos valores de referência

Ao receber o resultado de um exame, notamos as colunas com os “Valores de Referência”. É crucial entender que esses valores representam uma faixa estatística considerada normal para a maioria da população saudável. Contudo, a interpretação moderna na nutrição vai além de um simples “dentro ou fora” da faixa. Profissionais atualizados trabalham também com os chamados “valores ideais” ou “ótimos”, que são faixas mais restritas onde a saúde é maximizada e o risco de doenças é minimizado.

Um excelente exemplo é a ferritina, que mede os estoques de ferro. O valor de referência de um laboratório pode ir de 30 a 300 ng/mL. Uma pessoa com resultado de 35 ng/mL estaria “dentro da normalidade”. No entanto, para uma nutrição funcional, esse valor é considerado baixo e já pode justificar sintomas como queda de cabelo e cansaço, indicando a necessidade de intervenção nutricional para otimizar esses estoques antes que uma anemia se desenvolva. Essa abordagem proativa é o cerne de um acompanhamento nutricional de excelência.

O conhecimento como ferramenta de transformação pessoal

Entender seus exames nutricionais é um ato de empoderamento. Esse conhecimento permite que você participe ativamente das decisões sobre sua saúde, compreenda as recomendações do profissional e perceba de forma concreta os resultados de uma alimentação mais equilibrada e de um estilo de vida mais saudável. Ao invés de seguir dietas genéricas e restritivas, você passa a nutrir seu corpo de acordo com as necessidades bioquímicas que ele de fato apresenta, promovendo um bem-estar que vem de dentro para fora.

Converse com seu nutricionista, peça para que ele explique cada item do seu exame e utilize essas informações como um guia para sua jornada de leveza e saúde. Cuidar de si mesmo começa com o autoconhecimento, e seus exames são uma janela valiosa para esse universo interior, permitindo que cada escolha alimentar seja um passo consciente em direção à sua melhor versão.

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