O excesso de estímulos digitais pode gerar cansaço e ansiedade. Aprenda a gerenciar o fluxo de informações para uma rotina mais organizada e produtiva.
28/10/2025
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Você já se sentiu com a mente cansada, como se tivesse mil abas abertas no seu cérebro? Notificações de redes sociais, e-mails de trabalho, mensagens no WhatsApp, notícias de última hora e a pressão para se manter sempre atualizado. Essa avalanche de estímulos, conhecida como sobrecarga de informações, é uma realidade cada vez mais comum e pode ter um impacto significativo no nosso bem-estar e produtividade.
O constante bombardeio de dados nos coloca em um estado de alerta permanente. O neurocientista e psicólogo cognitivo Daniel J. Levitin, em seu livro “A Mente Organizada”, explica que nosso cérebro não foi projetado para o modo multitarefa. Tentar absorver tudo ao mesmo tempo eleva a produção de cortisol, o hormônio do estresse, e de adrenalina. O resultado é uma sensação de confusão mental e esgotamento, pois, como explica Levitin, alternar rapidamente entre tarefas consome uma quantidade significativa de glicose cerebral, nos deixando exaustos.
Esse ciclo vicioso é alimentado pela dopamina, um neurotransmissor ligado ao prazer, que é liberado cada vez que nosso cérebro é atraído por uma novidade, como uma nova notificação. Entramos, assim, em um looping de distração que nos impede de focar no que realmente importa. A longo prazo, essa hiperconectividade pode levar a quadros de ansiedade, insônia e até mesmo depressão, como aponta uma pesquisa do Datafolha, que revelou um aumento significativo de brasileiros com problemas psicológicos desde o início da pandemia.
Lidar com a sobrecarga de informações não significa se isolar do mundo digital, mas sim aprender a gerenciá-lo de forma consciente e saudável. A psicóloga Carolina Thans Bartolomeu, do Grupo de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP, ressalta a importância de entender que “não é viável e nem saudável estarmos conectados e inteirados de tudo o tempo todo”. A chave está em filtrar e organizar.
Adotar uma “dieta de informação” é o primeiro passo. Assim como selecionamos os alimentos que consumimos, precisamos escolher quais informações merecem nossa atenção. Comece desativando notificações não essenciais de aplicativos. Reserve momentos específicos do dia para checar e-mails e redes sociais, em vez de reagir a cada alerta. Essa prática ajuda a treinar o cérebro a manter o foco por períodos mais longos.
Outra estratégia poderosa é a criação de um “segundo cérebro”. Ferramentas digitais ou mesmo um caderno podem servir como um repositório central para suas ideias, tarefas e informações importantes. Ao anotar tudo o que precisa ser lembrado, você libera espaço mental para se concentrar em uma atividade de cada vez, sem o medo de esquecer algo importante.
Equilibrar o mundo online com o offline é fundamental. A médica psiquiatra Mariza Matheus, especialista em Psicologia Positiva, alerta para os perigos da comparação social nas redes, que pode agravar sentimentos de inadequação. Lembre-se que a vida online é um recorte editado da realidade.
Para fortalecer a conexão com o presente, incorpore pausas intencionais na sua rotina. Práticas como mindfulness e meditação são excelentes para acalmar a mente e reduzir o estresse. Comece com poucos minutos por dia, focando apenas na sua respiração. Atividades físicas regulares também são aliadas poderosas, pois liberam endorfinas que promovem o bem-estar.
Estabeleça rituais de desconexão, como deixar o celular fora do quarto durante a noite ou evitar telas durante as refeições. Esses pequenos hábitos ajudam a criar limites saudáveis entre você e a tecnologia, permitindo que você se reconecte consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor de forma mais significativa.
Assumir o controle do fluxo de informações é um ato de autocuidado que transforma sua rotina. Ao organizar sua mente, você ganha clareza para definir suas prioridades, estabelecer metas realistas e desfrutar de uma semana mais leve e produtiva. Comece hoje a implementar pequenas mudanças e sinta a diferença em seu bem-estar geral. A leveza não está na ausência de informações, mas na sabedoria de saber como gerenciá-las.
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