Estudo de longo prazo reforça a importância da atividade física na prevenção e tratamento da ansiedade e depressão, e destaca seu impacto positivo na saúde mental
10/06/2025
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Um estudo de revisão conduzido ao longo de uma década trouxe novas evidências sobre o poder do exercício físico na promoção da saúde mental. Publicado recentemente pelo portal News-Medical.net, o levantamento reafirma que manter uma rotina regular de atividade física pode reduzir significativamente os riscos de ansiedade e depressão, colocando o exercício no centro das estratégias de prevenção e tratamento dessas condições.
Segundo os pesquisadores, a prática de exercícios apresenta benefícios comparáveis a tratamentos convencionais, como a psicoterapia e o uso de antidepressivos. A revisão incluiu dezenas de estudos de alta qualidade, abrangendo diversas populações, idades e condições clínicas.
A conclusão é clara: pessoas que se exercitam regularmente têm até 25% menos risco de desenvolver depressão. Além disso, indivíduos diagnosticados com depressão apresentam melhora significativa dos sintomas quando adotam a prática de atividades físicas de forma consistente.
Os efeitos positivos do exercício sobre o cérebro envolvem a liberação de neurotransmissores como endorfina, dopamina e serotonina — substâncias diretamente ligadas à sensação de bem-estar e equilíbrio emocional. Além disso, a atividade física reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e melhora a qualidade do sono, outro fator crucial para a saúde mental.
Ainda que atividades aeróbicas, como caminhada, corrida, ciclismo e dança, tenham ganhado destaque na literatura, outras modalidades, como musculação, yoga e esportes coletivos, também mostraram benefícios consistentes. O mais importante, segundo os autores da revisão, é a regularidade e a adesão a uma prática que seja prazerosa para a pessoa.
Apesar dos benefícios amplamente reconhecidos, muitos ainda enfrentam barreiras para se exercitar, como falta de tempo, desmotivação, dor crônica ou limitações físicas. Nestes casos, é fundamental buscar acompanhamento profissional — seja de educadores físicos, fisioterapeutas ou psicólogos — que possam adaptar um plano de movimento viável e seguro.
A revisão reforça a necessidade de políticas públicas e abordagens clínicas que integrem a atividade física como parte dos cuidados de saúde mental. Academias populares, espaços urbanos voltados para o movimento e programas de exercícios prescritos no SUS são caminhos possíveis e eficazes.
“Se o exercício fosse uma pílula, seria um dos antidepressivos mais prescritos do mundo”, dizem os pesquisadores. A frase resume bem o impacto que o movimento pode ter na vida de milhões de pessoas.