Pesquisa internacional revela ligação entre aumento do peso corporal e declínio cognitivo precoce, reforçando a importância do cuidado com a saúde metabólica em todas as fases da vida
17/06/2025
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O aumento do peso corporal ao longo da vida não impacta apenas a saúde física, mas pode acelerar o envelhecimento do cérebro e comprometer funções cognitivas importantes, como memória, atenção e raciocínio. É o que aponta um estudo recente divulgado pela CNN Brasil, baseado em pesquisa internacional publicada em renomados periódicos científicos de neurociência e metabolismo.
A obesidade e o sobrepeso são conhecidos fatores de risco para doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Agora, evidências crescentes mostram que o acúmulo de gordura corporal, especialmente ao longo dos anos, também pode afetar o cérebro. De acordo com a pesquisa, indivíduos que apresentam ganho de peso contínuo ao longo da vida tendem a apresentar sinais de envelhecimento cerebral acelerado, como redução do volume de massa cinzenta, alterações na conectividade cerebral e maior risco de declínio cognitivo.
Esses achados estão em sintonia com outros estudos internacionais, como os publicados na Nature Reviews Neuroscience e no Journal of Alzheimer’s Disease, que identificaram uma associação entre obesidade e mudanças estruturais no cérebro, incluindo maior propensão ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demências.
O excesso de gordura corporal desencadeia processos inflamatórios sistêmicos e aumenta a produção de radicais livres, que podem prejudicar neurônios e comprometer a comunicação entre as células cerebrais. Além disso, o acúmulo de gordura abdominal está relacionado a alterações na barreira hematoencefálica, tornando o cérebro mais vulnerável a toxinas e infecções.
A resistência à insulina, comum em pessoas com sobrepeso, também prejudica a função cerebral, já que a insulina é um hormônio fundamental para o metabolismo energético dos neurônios. Como resultado, há um aumento do risco de déficit de memória, dificuldades de concentração e até sintomas depressivos.
O estudo destaca que a prevenção do ganho de peso não deve ser um cuidado exclusivo da idade adulta ou da terceira idade, mas uma preocupação constante ao longo de toda a vida. Hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de atividade física e controle do estresse, ajudam a preservar não apenas o corpo, mas também a saúde cerebral.
Outro ponto relevante é que o cérebro é um órgão altamente plástico e responde positivamente a mudanças de estilo de vida. Intervenções simples, como a redução do consumo de ultraprocessados, o aumento da ingestão de fibras, ômega-3 e antioxidantes, e a realização de exercícios aeróbicos e de força, podem reverter parte dos danos causados pelo excesso de peso.
A adoção de um estilo de vida saudável precisa começar cedo. Incentivar a alimentação natural e variada em crianças, promover o movimento e evitar o sedentarismo são estratégias essenciais para proteger o cérebro no futuro. Na vida adulta, buscar acompanhamento nutricional e médico, fazer check-ups periódicos e manter o peso sob controle são medidas que se refletem na qualidade de vida e na manutenção da função cognitiva.
Vale lembrar que, embora o envelhecimento seja um processo natural, os hábitos cotidianos desempenham papel fundamental na velocidade com que ele ocorre. O alerta da ciência é claro: cuidar do peso corporal é cuidar do cérebro e da autonomia para viver mais e melhor.